Foi-se o tempo em que os gibis eram proibidos na sala de aula e as
crianças tinham de escondê-los sob a carteira. Os quadrinhos são uma
excelente opção para incentivar a leitura em quem está entrando no mundo
das letras. A começar pelos personagens, que, por si só, são atraentes
para a garotada. “Eles despertam interesse por serem bem conhecidos”,
explica o psicólogo José Moysés Alves, da Universidade Federal do Pará.
“Afinal, estão presentes em brinquedos, jogos, roupas, embalagens,
peças de teatro e desenhos na televisão. Sem contar que os protagonistas
passam por situações parecidas com as de seus leitores: vão à escola e
ao parque, têm pesadelos e medo de dentista. Isso promove a identidade e
a familiaridade entre eles.”
Mas o grande trunfo são os recursos gráficos. As imagens aparecem
associadas a textos coloquiais e permitem que a criança antecipe o
enredo e atribua sentido à história, mesmo sem saber ler. Para Beatriz
Gouveia, coordenadora do programa Além das Letras, do Instituto Avisa
Lá, em São Paulo, as onomatopéias, como “ploft” e “grrr”, também são
importantes para facilitar a compreesão de diversas situações e emoções.
O mesmo vale para os balões. Só de olhar é possível saber se um
personagem está pensando, gritando ou conversando. “Com essas
informações, fica fácil entender a trama”, afirma Silvana Augusto,
selecionadora do Prêmio Victor Civita Educador Nota 10. Ela lembra que
as publicações são baratas e acessíveis, o que permite a compra de
vários exemplares da mesma edição para distribuir na sala. Com isso, as
crianças podem acompanhar a leitura em voz alta pelo professor.
Fonte: Instituto das Letras
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