O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) autorizou na quinta-feira uma zona de exclusão aérea sobre a Líbia e "todas as medidas necessárias" - código para ação militar - para proteger os civis contra as forças do ditador Muamar Kadafi. Também impõe uma "proibição a todos os tipos de voo" sobre o país, segundo uma cópia do rascunho da resolução divulgada na tarde desta quinta-feira.
Dez dos 15 membros do Conselho votaram a favor da resolução na noite desta quinta. O Brasil, ao lado de China, Rússia, Índia e Alemanha, não se posicionaram. Não houve votos contra a medida, que foi elaborada por França, Grã-Bretanha, Líbano e Estados Unidos. A proposta destaca que a proteção internacional deve ser estendida ao bastião rebelde de Bengasi.
O texto conclama ainda todas as nações árabes a "cooperaram" com a implementação da zona de exclusão aérea e com todas as demais ações que vierem a ser adotadas contra Trípoli.
A decisão foi tomada um mês depois do início dos protestos pela derrubada do ditador, e uma semana após Kadafi ganhar terreno, em uma ofensiva que retomou diversas cidades do oeste da Líbia das mãos da oposição e chegou às portas de Bengasi, a capital rebelde.
Na cidade, manifestantes pró-democracia celebraram a decisão da ONU, mostram imagens da rede de TV Al Jazira. Kadafi, por sua vez, em entrevista ao canal português RTP, qualificou a medida de 'loucura e arrogância'. "Eles nunca terão paz. Faremos de sua vida um inferno", disse Kadafi, segundo o The Guardian.
Ataques - O regime anunciou mais cedo que as forças governamentais atacarão na noite desta quinta a cidade de Bengasi, reduto da rebelião situado a 1.000 quilômetros da capital, em uma mensagem transmitida pela emissora líbia. Os primeiros bombardeios são esperados para ocorrer brevemente.
Do lado externo, a França indicou mais cedo que poderia participar de uma ação militar tão logo a ONU desse o sinal verde. "A partir do momento em que a resolução for aprovada, ações militares poderão começar nas horas seguintes", disse uma fonte diplomática francesa à AFP. "Ataques aéreos poderão começar já neste entardecer, ou amanhã, sexta-feira".
O ministro da Defesa da Itália, Ignazio La Russa, sinalizou que o país deve liberar a base na Sigonella na Sicília em uma eventual operação. "Não vamos nos esquivar de nossos deveres, ainda que defendamos a moderação", disse à Ansa.
(Com agências France-Presse e Reuters)
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