Números chamam a atenção no Brasil: em uma
década, quase dobrou o número de famílias brasileiras chefiadas por mulheres.
Os dados são do IBGE, que mostram que mulheres chefiam lares com homens em 46%
das famílias. Nesse caso, o número mais que dobrou em dez anos.
Sonia começou trabalhando em casa em São
Paulo. A clientela cresceu e há oito anos montou o salão - fonte de renda que
garante a ela ser dona do próprio nariz. “Hoje eu tomo conta do meu dinheiro.
Eu tenho como manter a minha vida, tenho como ajudar a minha família, as
pessoas que eu gosto. Dar presente para quem eu quero”, diz.
Kátia é uma das seis funcionárias do salão.
“Eu sou chefe de família. Toda decisão eu que tenho que tomar. Escola, passeio,
alimentação, tudo sou eu que decido”, afirma.
Dados do IBGE mostram que o papel da mulher
em casa é cada vez maior. No ano 2000, 22,2% das famílias eram chefiadas por
mulheres. No ultimo censo, em 2010, o índice se chegou a 37,3%.
O chefe de família é responsável por decisões
importantes, como mudar de casa, comprar um apartamento novo, trocar de carro,
escolher a escola do filho. É ele quem estabelece as prioridades para o uso do
dinheiro e, portanto, conduz o destino da família. Uma tarefa que vem sendo
muito desempenhada por elas.
“Você é pai, você é mãe, eletricista,
encanador. Você é educadora”, afirma a cabeleireira Valdirene Mota.
A reitora Suely Menezes mora em Belém, é
reitora de uma faculdade, tem três filhos e cuida de tudo em casa. “Eu sempre
trabalhei, estudei e tinha sempre atividades externas. Quando tinha cursos para
ganhar dinheiro extra também, porque a vida era muito difícil. Era sempre uma
ginástica permanente”, conta.
O aumento da responsabilidade das mulheres à
frente da família é uma tendência que se intensificou na última década, mesmo
quando o homem está presente.
“A principal motivação é a necessidade de
complemento de renda familiar, então inicialmente a mulher vai ao mercado de
trabalho, ocupa posições, e depois vai se tornando mais importante o rendimento
dela dentro da família. E acaba se tornando chefe ou responsável, termo que o
IBGE adota, responsável pelo domicílio”, explica Wagner Silveira, coordenador
de divulgação do IBGE.
Metade das mulheres que chefiam lares tem
baixa escolaridade, com ensino fundamental incompleto. Só 10% das chefes de
família cursaram universidade.
g1.com
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